Esta moradia situa-se na zona antiga da cidade, em Castelo Branco, votada a um crescente abandono nos últimos anos.
Em resposta a essa tendência, esta intervenção pretendeu assumir contornos de arquétipo, tentando estabelecer uma tendência na ocupação urbanística da cidade: a revitalização urbana do centro histórico e a sua ocupação por estratos mais jovens, devolvendo a dinâmica a essa parte da cidade.
Seguindo esta intenção, a intervenção consistiu em manter o aspecto original da moradia, pelo exterior, enquanto que, no interior, os espaços foram readaptados aos padrões de conforto e vivência actuais, sendo revestidos de uma minimalista contemporaneidade.
Programaticamente a casa organiza-se em 2 pisos e mezanine, sendo o piso do r/c reservado aos espaços de descanso, por razões lumínicas, e os pisos superiores destinados a albergar as zonas sociais.
Nestes pisos superiores, aos quais se acede pela escadaria original do edifício, recuperamos a amplitude espacial da cobertura permitindo-nos ficar com um pé direito bastante generoso, deixando que a luz reflicta nas paredes e tecto brancos, inundando todo o espaço anteriormente enclausurado. No piso da mezanine abrimos uma clarabóia que, desde a posição de trabalho, nos guia a vista ao castelo, lembrando-nos que a contemporaneidade está carregada de história.
Materialmente a obra quis-se leve, desprendida e acolhedora, fazendo uso de materiais tão simples quanto nobres, pintando as paredes e tectos com tonalidades claras e revestindo pisos e mobiliário com madeira de riga.
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